Eu sou Josiane, mãe de Rafael. Somos do estado do Espírito Santo.
Eu e minha família passamos por muitas situações difíceis com o Rafa. Desde vários diagnósticos referente a síndromes e transtornos, além de tomar remédios para TDAH.
Rafael é muito inteligente e, como ele não conseguia aprender a ler, a situação piorava, deixando-o com muita baixa estima.
Em junho de 2013 ele foi diagnosticado com dislexia e isso acabou comigo, sou psicóloga e sei que a dislexia não tem tratamento e que as intervenções são muito difíceis e demoradas.
Alguns dislexos até conseguem superar com muito custo.
Sofri muito. Foi quando apareceu um anjo sem asas, dra. Rosa, que em conversa com minha mãe comentou sobre a síndrome de Irlen (SI).
Ficamos muito felizes com a esperança em nossos corações.
Fomos a uma screener aqui em Vitória e o resultado confirmou a síndrome no Rafael, foi quando ele começou a usar o overlay da cor verde.
A pedagoga que trabalhava há dois anos com Rafael logo percebeu as mudanças, então resolvemos ir para Belo Horizonte, passar em consulta com a Dra. Márcia e sua equipe multidisciplinar que diagnosticaram a SI grau severo.
Enquanto aguardávamos a chegada dos óculos, a pedagoga do colégio do Rafael queria segura-lo na segunda série, pois ele não conseguia ser alfabetizado, mas adquiriu outras habilidades, como a memória auditiva, que o ajudava nas avaliações.
Lutei para não reprová-lo pois estaria iniciando o tratamento de Irlen, então perguntei a ela se ele fosse cego, ela o passaria de ano? E a resposta foi sim.
Enfim, chegamos a um acordo que se ele não acompanhasse a turma da classe, voltaríamos a conversar sobre o assunto.
Recebi todo tipo de críticas, mas eu acreditava em Rafael.
Ele tinha passado para o terceiro ano e o óculos chegou um pouco atrasado, mas foi bom.
Quando ele começou a usar, todos em sua volta perceberam a diferença. Houve crianças que me perguntavam aonde eu tinha comprado os óculos que ensinava a ler. E eu ficava toda emocionada.
Hoje, Rafael é um dos melhores alunos em sala de aula.
Do aluno ruim, indisciplinado, difícil e agitado para o aluno mais querido pela professora, pelo seu comportamento e aprendizado.
Então sempre digo Síndrome de Irlen não é uma doença é uma condição de vida. E faz parte de nos decidirmos o que vamos fazer.